quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Otimismo para 2008

SÃO PAULO - Otimismo foi a palavra de ordem entre as empresas Mais Admiradas de 2007 premiadas pelo DCI na última segunda-feira. Entrevistados pela reportagem do jornal, os executivos dos mais variados segmentos falaram de investimentos maiores para os próximos anos no País.

Mario Cesar Pereira de Araujo, presidente da TIM Brasil, afirma que a previsão é investir R$ 5,7 bilhões até 2009, principalmente na área de 3G e
tecnologia WiMAX, maior aposta da companhia para o próximo ano. Segundo o executivo, a empresa tem investido forte em expansão no mercado nacional. "O Brasil atualmente alcançou maturidade na economia, com alicerces fortes e reserva de divisas, além de uma importante atuação na área de exportações." O presidente da TIM afirmou que não acredita que a economia nacional sofra com crises externas. "Não creio que influências externas no ano que vem possam abalar a economia; por enquanto, a meta é manter os planos de investimentos, sempre avaliados de três em três meses de acordo com a conjuntura mundial."

Compartilha da mesma opinião o vice-presidente de Integração da Coteminas, Mário Sette. "Nossa meta é manter os mesmos planos de investimentos, já que neles esses riscos já foram previstos. O foco da Coteminas para os próximos anos será a América Latina, em especial a Argentina."

O executivo da empresa acaba de retornar dos Estados Unidos, onde coordenou o processo de integração da empresa Springs Global à Coteminas.

A América Latina é também o principal foco da Natura, segundo o diretor de Relações com Investidores Helmut Bossert. "A Natura busca o mercado latino-americano, onde atualmente tem pouca representatividade." Segundo o executivo foram investidos nos últimos dois anos cerca de R$ 100 milhões para que a marca se tornasse reconhecida internacionalmente.

A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) também planeja grandes investimentos para o próximo ano. Serão cerca de US$ 11 bilhões, o maior valor de sua história e também do setor no mundo. Segundo o coordenador do departamento de Projetos Institucionais Estratégicos da companhia, Paulo Costacurta de Sá Porto, a companhia tem como base a diversificação de produtos, como o níquel, por exemplo. "A Vale está dando um importante passo no setor externo", afirma Costacurta.

As perspectivas do Makro também são positivas para 2008. O foco serão as 1 milhão de pequenas e médias empresas que deverão se formalizar no ano que vem com o Supersimples. "Um dos principais problemas é a insolvência de clientes", afirma Gustavo Delamanha, diretor de Marketing .

Para Manes Erlichman, diretor da Itaú Seguros, o mercado de seguros em 2008 será transformado pela abertura do segmento de resseguros, hoje monopolizado pelo Instituto de Resseguros do Brasil (Irb). "A mudança dá ao Brasil uma nova dimensão do mercado de seguros de grande risco no ano que vem, melhorando as coberturas e intensificando a competitividade entre os players", afirma.

APriceWaterhouseCoopers antevê um crescimento menor da economia mundial no ano que vem, mas nada que fará a consultoria rever o aumento previsto de 5% ao ano para a economia brasileira em 2008. "Se considerarmos a desaceleração global, o PIB continuará robusto", diz Fernando Alves, sócio presidente.

O presidente da Reed Exhibitions Alcantara Machado, Juan Pablo De Vera, afirmou que a idéia da empresa é reforçar os investimentos na América Latina. "Nossa estratégia é aproveitar a força que a Alcantara já tem na América Latina." Sobre a crise norte-americana, o executivo acredita que apesar de ser uma importante economia, não vai afetar os negócios, e que os setores econômicos devem ver, na crise, oportunidades. "Na adversidade, ao invés de chorar temos de fabricar lenços", afirma.

Em meio a planos ousados, para o próximo ano, de crescer pelo menos 10% no Brasil por meio da bandeira Express, o presidente da DHL Express no Brasil, o dinamarquês Joakim Thrane, reafirma as metas de expansão dos negócios no mercado interno.

O presidente comenta que espera que a moeda norte-americana não oscile tanto no próximo ano, que permaneça num patamar saudável para favorecer as exportações no Brasil. "A economia norte-americana tem representatividade mundial forte", ressalta.

"O turismo segue aquecido desde os últimos três anos e a tendência é que continue assim no próximo ano, quando a crise aérea deverá ter-se estabilizado". Essa é a opinião de Orlando de Souza, diretor de Operações da Rede Accor. A empresa também intensificará seus investimentos na América Latina com o objetivo de dobrar sua capacidade hoteleira na região. A ampliação da rede vai demandar US$ 1,5 bilhão, sendo 60% aplicados no Brasil.

A Agência Africa tem planos de ampliar em até 20% sua receita em 2008, de acordo com o diretor de Atendimento, Márcio Santoro. "Pretendemos manter os 11
clientes que já temos e apostar no crescimento dos negócios. Com eles, já a receita deve crescer o mesmo que neste ano, entre 10% e 20%."

Já a Galeria dos Pães fará no próximo ano uma grande reforma na loja, que será expandida, principalmente para ampliar a área destinada a
eventos. "Para o médio prazo, pretendemos abrir uma nova unidade, cujo local ainda está sendo estudado", afirma Oswaldo Guedes Oliveira, sócio proprietário.

A Nestlé descarta a possibilidade de uma reavaliação do planejamento da empresa caso haja um agravamento da crise norte-americana. "A empresa já tem o planejamento de curto, médio e longo prazo desenhados, baseados na economia local, e tudo pode ser avaliado de acordo com as mudanças ocorridas durante o ano", afirma Márcia Abreu, gerente executiva de Gestão e Relacionamento. A AmBev compartilha da mesma estratégia e diz não acreditar que a crise dos Estados Unidos possa interferir nos planos estratégicos da empresa. "A AmBev já traçou os investimentos de curto e médio prazo, incluindo todas as hipóteses econômicas que envolvam suas atividades", diz Raquel Orgando, gerente de Marketing Institucional.

Fonte: www.dci.com.br - 28/11/07 - 00:00 - PESQUISA DCI

Paulo Rubini
Consultor de Marketing



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