terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Boas festas e até dia 5 de janeiro!

Apelo promocional cresce com crise

Como no comercial das sandálias Havaianas com o ator Lázaro Ramos, não existe crise no Brasil, desde que o interessado no debate seja gringo. É assunto nosso e ponto final. É como se fosse senha para ter mercado interno robusto. Mas a crise internacional está interferindo no comportamento da comunicação mercadológica neste final de ano, especialmente no setor automobilístico, que registrou crescimento superior a 20% nos primeiros três trimestres de 2008, mas que desde então sofre retração de vendas.

As montadoras estão na mídia com apelos que normalmente seriam usados mais tarde, após os festejos natalinos. Não é tendência generalizada, mas outros segmentos econômicos, como o imobiliário, por exemplo, estão reescrevendo modelo de exposição na mídia nesse período.

Na expressão de Hugo Rodrigues, vice-presidente de criação do Grupo Publicis no Brasil, que inclui a operação Salles Chemistri responsável pela área de varejo da General Motors, "mudou o jeito de vestir a emergência". "O ano inteiro o varejo não depende da consistência, mas da emergência. Esse final de ano está exigindo um figurino diferente para vestir a emergência motivada pela crise internacional. O mercado automobilístico sempre acelera no final do ano, mas neste, especificamente, a luta é manter as metas de vendas intactas. Essa pressão pela manutenção do market share exige a oferta de benefícios, como descontos de até R$ 8 mil que a GM está oferecendo para pagamento à vista de alguns modelos.

Antes o crédito era a mola mestra do setor, continua sendo, mas agora existem outras ênfases que vão surgir diante das emergências pontuais", destacou Rodrigues, lembrando que algumas empresas estão congelando o dólar a US$ 1,60. "Com crise, o varejo sempre sai ganhando. Sem crise, prevalece o institucional", ele acrescentou.Sócio da Babel, o empresário Julio Anguita percebe que não há mudanças nas promoções para comprometer o 13º salário, "comuns no período natalino". Por outro lado, vê que as ferramentas de marketing promocional estão prevalecendo nas ações programadas pelos anunciantes.

"A mídia está repleta de comerciais anunciando promoções. Isso comprova que há mais promoções no mercado", sintetizou Anguita. "Os anunciantes estão migrando mais para a alternativa promocional porque o resultado é mensurável rapidamente assim como as respostas dos consumidores. Não precisamos ficar esperando má notícia, temos que precipitar as coisas", ele acrescentou.

O empresário Victor Oliva, presidente da Holding Club, recomenda que a queda de confiança deve ser combatida com mais ofertas de convenções, ações de endomarketing, planos de incentivo e campanhas de PDV. "Nosso calendário é uniforme. A Super Casas Bahia têm planejamento de um ano de antecedência. Mas vejo que esse final de ano é uma espécie de laboratório para o futuro. É o momento para aprendermos como lidar com a crise anunciada para o primeiro semestre.Para Oliva, a indústria automobilística viveu em 2008 momento atípico que ele sinaliza como antes e depois do Salão do Automóvel. "As regras mudaram e a opção são os saldões", disse. "Não é hora de lançar; é hora de vender", disse mais.Bob Eugênio, presidente da Eugenio Marketing Imobiliário, não vê o segmento imobiliário como nos últimos dois anos. "Com a crise, a indústria eliminou logo as gordurinhas, mas vai continuar investindo", disse o executivo, que vê novas formas para atrair consumidores como oferecer carros para cada apartamento vendido entre outros tipos de brinde. "Mas tem de ser estratégico para não virar leilão. A agência, em parceria com as revistas Casa Claudia e Arquitetura & Construção, está lançando campanha para incentivar consumo de imóveis", finalizou.

Fonte: Propmark
03/12/2008

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Estabelecer metas pode afundar o negócio

Por Thiago Borges do B2B Magazine

Seguir rigidamente as metas pré-estabelecidas no início do negócio é uma das principais causas de mortalidade das empresas nascentes. Essa é a conclusão de um estudo realizado pelo Ibmec São Paulo com base no cadastro de quase duas mil empresas listadas na Junta Comercial de São Paulo (Jucesp) abertas entre 1999 e 2006...

O resultado foi apresentado na última quinta-feira (11/12), no primeiro debate sobre Pequenas e Médias Empresas (PMEs) promovido pela B2B Magazine, com coordenação do Ibmec São Paulo e apoio do Sebrae-SP.

“Estabelecer objetivos e metas aumenta as chances de fechamento porque reduz a capacidade de adaptação da empresa nascente”, explica Marcos Hashimoto, diretor do Ibmec São Paulo. “O risco pode ser muito alto porque o grau de incerteza é alto também. Empresas nascentes precisam de margem para manobra”.

Durante o debate, foram apontados os principais fatores para manter a sobrevivência dos novos negócios. O estabelecimento de metas está dentro do fator “práticas gerenciais”, que é o principal diferencial entre as empresas que sobrevivem e as que fecham as portas.

Dentre as práticas, estão ações como a busca de informações para tomada de decisão ou a antecipação de acontecimentos. Em menor escala, estão os capitais social e humano, com destaque para o grau de escolaridade do empreendedor e a experiência de familiares com negócios similares.

O risco de criar metas causou polêmica entre os pequeno e médio empresários presentes no debate. Porém, eles assumiram que a mudança de rumo se tornou fundamental em determinado patamar do negócio.

“Quem foca demais perde oportunidades. O mesmo ponto que faz o empresário se perder, que é o excesso de focos, pode abri oportunidade para ele enrijecer o seu core business”, aponta Marcos Monteiro, presidente da Total Express Transportes.

“Sempre fomos muito otimistas nos nossos objetivos, mas tivemos que parar para refletir sobre alinhamento dos negócios. A concorrência tinha diferencial superior aos nossos produtos”, destaca Mituru Mori, gestor de governança da Embalagens Jaguaré.

Para explicar o risco de estabelecer metas, Hashimoto utiliza a chamada teoria da próxima curva. “As PMEs podem até estabelecer um caminho, mas não é um caminho reto. É um caminho sinuoso. Ou seja, ela não contempla todo o caminho, só enxerga a próxima curva. Portanto, deve estabelecer metas até a próxima curva”, observa.

O debate sobre o assunto continua no fórum virtual criado pela B2B. Para participar, acesse clique aqui, cadastre-se e aguarde confirmação que será enviada pelo e-mail. Após a confirmação, você poderá comentar e criar tópicos de discussão.

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Uma observação muito pertinente. o que voces acham?

domingo, 14 de dezembro de 2008

De que lado você está?



Sempre é possível descobrir caminhos promissores mesmo que eles estejam escondidos em momentos desfavoráveis. Isso é o que diz a milenar sabedoria chinesa, em que crise e oportunidade se complementam na mesma palavra, formada pelos dois ideogramas acima.

Na língua chinesa, a mesma letra (chamada ideograma) expressa essas duas situações, que, para os ocidentais, parecem antagônicas.

A pressão emocional dispara dentro de nós o instinto natural de lutar para vencer. Nas adversidades, desenvolvemos a força interior, responsável por nossas vitórias. Sem crise, a vida seria como o mar sem as ondas”.

A crise é uma porta para a autodescoberta. Somos forçados a buscar soluções, a rever posições, a arriscar e conquistar novos territórios. Não porque queremos, mas porque não existe outra possibilidade”, afirma diz Amália Sina, autora do livro Crise e Oportunidade (Saraiva).

O conhecimento é o que dá o poder e a web 2.0 possibilita isso, mas não se trata de tecnologia e sim de observar o comportamento das pessoas. Mídia virou commoditie. Tudo é negociável. No Marketing Direto a mídia é muito importante, mas você tem de usar esses canais para iniciar diálogo e manter-se na mente das pessoas, superando obstáculos.

O Direct Marketing Association (DMA) 2008 mostrou que o sucesso está em conseguir cercar o consumidor em todos os pontos de contato.

Alguns conselhos de Christie Hefner (CEO da Playboy) e o premiado consultor Alan Rosenpan, extraído da 91ª edição do DMA.

Christie, falando da integração de canais, resumidamente disse:

- Gere sinergia entre os canais disponíveis a seu negócio (todos fazem parte do time de vendas)

- Respeite a diferença entre os canais (conteúdo diferente para canal on line e meio impresso)

- Esteja aberto para aprender, cometer erros e inovar

- Aprenda constantemente com o consumidor

- Em um mundo cada vez mais hi-tech seja hi-touch, ou seja, pontos de contato físico continuarão cada vez mais relevantes.


Alan Rosenpan falou do “back to the basics”:

A) Elabore uma comunicação que atraia a atenção do prospect: “do one thing different”

B) Foque a comunicação no principal beneficio do produto: “do just one thing”

C) Sempre agregue valor ao cliente: “make sure you add value

D) Credibilidade da marca: evitar falar de um tema que sua marca apresente percepção ruim

E) Integre os canais tradicionais com o digital: parece óbvio, mas cada empresa possui suas limitações de plataforma, o que dificulta esta abordagem.

Como vimos, crise tem duas faces, segundo a cultura chinesa, e se o lado que escolheu é o da oportunidade, agarre-a seguindo essas dicas valiosas que postas em prática fazem a diferença.


Paulo Rubini, Consultor de Empresas.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O Índice Nacional de Confiança de novembro ficou em 140 pontos

Índice Nacional de Confiança de novembro ficou em 140 pontos, acima dos 134 registrados em novembro de 2007, segundo a ACSP (Associação Comercial de São Paulo). O número está estável em relação a outubro e setembro deste ano.

Acima de 100 pontos mostra otimismo e abaixo pessimismo, informa a Folha Online. A pesquisa mostra que 44% dos entrevistados continuam à vontade para comprar eletrodomésticos, como geladeiras, fogões, televisores, móveis, contra 34% menos favoráveis.

Mas o consumidor está menos favorável para compras de bens de maior valor, como carros e imóveis. Em novembro, 46% responderam que não pretendem fazer compras de maior valor, contra 40% em outubro. Os mais favoráveis ficaram estáveis em 32% (contra 31% em outubro).

De acordo com a ACSP, isso não significa que o consumidor desistiu, mas apenas adiou sua decisão de compra. "O nível de emprego vai dar, ao longo do tempo, a visão exata da crise real", disse Alencar Burti, presidente da Associação Comercial.

A regiões Norte e Centro Oeste continuam as mais confiantes acima da média com 143 pontos e a região Sul a menos otimista, com 127 pontos. No Nordeste cresceu em relação aos 134 pontos de outubro. Nas regiões Norte e Centro-Oeste o INC caiu de 160 pontos em outubro, para 146 em novembro.

A região Sudeste, a mais bem informada sobre a crise mundial, ficou praticamente estável em 138 pontos em novembro, contra 139 em outubro. Mas a Sul teve o índice mais baixo, de 127 pontos, contra 130 em outubro.

Para a ACSP, a região sofreu impacto com as enchentes em Santa Catarina. Na média de todas as regiões brasileiras, 41% dos entrevistados acham que a economia está forte ou mais forte, enquanto 31% acham que está fraca.Para os próximos seis meses, essa mesma média das regiões mostra otimismo: 43% acham que a economia estará mais forte, contra apenas 12% que acham que estará pior. Em novembro, o entrevistado achou que sua situação financeira pessoal estava um pouco pior: 38% deles (36% em outubro) acham que piorou; 34% acham que melhorou (contra 37% em outubro). Contudo, olhando para os próximos seis meses o consumidor demonstra otimismo para sua situação financeira pessoal: 58% acham que vai ficar melhor; e apenas 8% acham que vai ficar pior.

Crise global pode elevar Brasil a 8a economia do mundo

Reportagem publicada no site da BBC sustenta que o Brasil deverá saltar da décima para a oitava posição entre as maiores economias do mundo. Baseado em estimativa da consultoria CEBR, o texto duiz que o PIB brasileiro poderá superar o da Espanha e do Canadá, países que sofrerão efeitos da crise mundial com muito mais intensidade do que o Brasil.De acordo com o estudo, que faz previsões sobre o comportamento das principais economias do mundo neste e no próximo ano, o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil ultrapassaria os PIBs de Espanha e Canadá, dois países fortemente atingidos pela crise.

O CEBR prevê uma queda ligeira do PIB brasileiro entre 2008 e 2009 em dólares (de US$ 1,7 trilhão para US$ 1,6 trilhão), mas ainda assim bem menor do que a maioria das principais economias globais. Nas últimas semanas, dados sobre a economia brasileira fizeram com que analistas revisassem para baixo suas projeções de crescimento para o Brasil, especialmente para o último trimestre de 2008 e o primeiro de 2009.

Mesmo assim, segundo economistas, o Brasil deverá crescer acima da média mundial e está menos exposto à crise do que em ocasiões anteriores.Veja o texto completo no site da BBC-Brasil.

Boas notícias, ein!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

“O Brasil deve vergar, para não quebrar”

Pai do Plano Real
contradiz previsões catastróficas
para 2009.



Para o economista Edmar Bacha, pai do Plano Real, o impacto da crise financeira na economia brasileira está longe de se igualar às consequências nos Estados Unidos ou em países da Europa. Bacha prevê um ajuste suave do Brasil ao novo mapa global

Alexa Salomão - Época Negócios

O economista Edmar Bacha dispensa adjetivos. Seu currículo fala por ele. Ganhou prestígio acadêmico ao cunhar em um de seus trabalhos o termo Belíndia, no qual defendia que a ditadura militar, entre os anos 60 e 80, havia dividido os brasileiros em duas categorias - os que viviam na prosperidade de uma Bélgica e os que sobreviviam em uma miserável Índia. É considerado por muitos o pai do Plano Real, que tirou o Brasil da hiperinflação na década de 90. Desde 1996, Bacha é consultor sênior do Itaú BBA, o banco de investimento do grupo Itaú. Suas aparições públicas são cada vez mais raras e uma delas tem data e local marcados: o almoço de fim de ano que o Itaú BBA oferece à imprensa. Esse encontro ocorreu hoje (2/12), na sede do banco, em São Paulo.

Neste ano, como de costume, Bacha fez a revisão dos cenários que traçou no ano passado e apresentou as projeções para o próximo. Mas havia um diferencial: pela primeira vez em quase uma década, suas previsões feitas em 2007 foram muito diferentes da realidade em 2008. Os cenários para 2009, que ele chamou de “apostas”, tal o nível de incerteza que ronda a economia, eram desalentadores, diferentemente do que ocorreu nos últimos anos, em que os cenários sempre apontavam para dias melhores. “Errei muita coisa no ano passado”, disse Bacha.

A inflação foi uma delas. Ele previu um IPCA de 4,5%, mas a taxa tende a fechar o ano em 6,4%. O IGP-DI, acreditava há um ano, poderia ficar em 7,8%, mas agora aponta para 11%. Bacha tinha a expectativa de que a balança comercial iria a quase US$ 40 bilhões. Tudo indica agora que ficará em cerca de US$ 24 bilhões. O comportamento mais atípico foi o da taxa de câmbio. A previsão de R$ 1,76 para a cotação do dólar ficou bem longe dos R$ 2,30 dos dias atuais. Bacha esperava uma queda na cotação do dólar de 18% neste ano. Provavelmente, a alta da moeda americana vai passar de 30%.

Os desajustes entre as expectativas e a realidade em parte reafirmam os rumos da crise atual. Bacha, como a grande maioria dos economistas, não esperava um baque tão grande. “É a mais forte recessão desde o pós-guerra”, diz Bacha. “E 2009 será um ano difícil.” O alento é que ele também espera um impacto menos duro no Brasil. “O ajuste brasileiro tende a ser suave”, diz. “Tudo vai depender da capacidade de o país manter o clima de confiança.”

Para 2009, Bacha “aposta” que alguns indicadores que medem a força da economia podem ficar bem ruins. A balança comercial é um deles. Pode fechar o ano em parcos US$ 7 bilhões - uma queda vertiginosa em relação aos US$ 24 bilhões esperados para este ano. O investimento estrangeiro é outro ponto frágil. Pode cair pela metade, para US$ 20 bilhões. Neste ano, a expectativa é que feche em US$ 40 bilhões. Em compensação, o investimento brasileiro no exterior também tende a cair para US$ 10 bilhões, metade dos US$ 22 bilhões previstos para este ano.

Segundo Bacha, existem duas visões em relação à crise. A primeira é que ela é estrutural, profunda e longa. “Essa crise seria muito parecida com a que ocorreu nos anos 30”, diz Bacha. “Destruiu o sistema de intermediação financeira e reconstituí-lo vai levar anos, muitos anos.” Outra corrente, igualmente radical, acredita que houve uma megabolha e que os ajustes serão penosos, mas nem todos vão sofrer tanto. “Teria havido uma bolha, a criação de um sistema paralelo, que supostamente deveria reduzir os riscos pela diversificação, mas o que fez foi aumentar o risco e elevar a capacidade de ocultá-lo”, diz Bacha. “Nesse caso, estaríamos vendo a explosão desse risco, e instituições como a nossa, mais tradicionais, não vão ser tão afetadas.”

Segundo Bacha, o Brasil pode sair ganhando. “Nossos vícios na área financeira acabaram por se revelar virtudes”, diz Bacha. “Reservas elevadas, bancos públicos fortes, juros e compulsórios elevados mostraram-se importantes. Temos dinheiro para gastar, agora.” O conselho final de Bacha para que o país permaneça em uma posição melhor é: “O Brasil deve vergar, para não quebrar”, diz. “É importante que, neste momento, o país mantenha o conservadorismo.” Traduzindo: evite a recessão, mas tenha cuidado com crescimentos elevados que possam criar gargalos irremediáveis no futuro.