sábado, 31 de março de 2012

A melhor definição sobre MARCA

Segundo Bedbury (2002:37), “A marca é o somatório do bom, do ruim, do feio e do que não faz parte da estratégia (...) As marcas absorvem conteúdo, imagens, sensações efêmeras. Tornam-se conceitos psicológicos na mente do público, onde podem permanecer para sempre. Como tal, não se pode controlá-las por completo. No máximo, é possível orientá-las e influenciá-las”

terça-feira, 20 de março de 2012

Geração de Conteúdo e domínio da língua portuguesa


Todos nós sabemos que o conteúdo gerado para a internet é o maior fator de atração e relacionamento com seu público. Entretanto, poucos empresários atentam para o fator “quem”; aquela pessoa que vai gerar e gerenciar esse conteúdo com pertinência, relevância e freqüência.

As técnicas para criação e gestão de conteúdo web são inúmeras, mas um aspecto é fundamental para o ‘inicio da conversa”: o domínio da língua portuguesa.

Não tenho nenhuma dúvida sobre o quão difícil é o domínio de nossa língua pátria; entretanto, o esforço para se fazer o melhor possível é de suma importância para um retorno de qualidade. 

Escrever mal resultará em menor credibilidade para o que se quer comunicar, e o receptor ainda poderá repercutir isso de uma maneira danosa para sua marca. Escolha muito bem o responsável pelo conteúdo que sua empresa irá gerar.

Isso nada tem a ver com aquelas conversas informais nas redes sociais, mas, sim, com os textos, artigos e descrições de produtos que levam a marca e os valores de sua empresa.

Abaixo, dicas preciosas para quem quer enveredar pelo mundo da criação de conteúdo no que diz respeito à base do conhecimento, que é a nossa gramática.

Paulo Rubini
Consultor de Marketing Digital

Os maiores erros de gramática
As 11 dúvidas mais frequentes que assolam os falantes do idioma

Josué Machado


Quando se fala em listas de qualquer natureza - sobretudo uma lista com os "maiores" erros de gramática - corre-se o risco de desagradar à maioria porque cada interessado no assunto tem suas próprias escolhas. É certo que haverá listas diferentes desta, com mais ou menos itens. E todas, mais ou menos arbitrárias, como esta, baseadas na experiência e na observação.

O fato é que as maiores dúvidas gramaticais da língua padrão provavelmente coincidem com os enganos mais frequentes. Dez, quinze ou vinte, não importa. E não interessam aqui questões doutrinárias ou o ponto de vista definido como científico de que em linguagem não há erro. Esta exposição, por discutível que seja, limita-se ao âmbito da norma culta e da possível intolerância de examinadores encarregados de corrigir provas.
1- A concordância do verbo "ser"
Quando funciona como verbo de ligação, "ser" pode concordar com o predicativo que o segue
Texto tirado de um jornal:

"Boas práticas em manutenção é um conceito sagrado para quem quer sobreviver no mercado."

Um engano do redator, que deveria ter escrito:

"Boas práticas em manutenção são um conceito..."

Mas soaria melhor, sem o eco do "ção"/"são":

"Um conceito sagrado para quem quer sobreviver no mercado são as boas práticas em manutenção."

Quando "ser" funciona como verbo de ligação, pode concordar com o predicativo que o segue em vez de concordar com o sujeito (predicativo é o complemento do verbo de ligação).
Casos mais comuns
A Se na frase (sujeito + verbo "ser" + predicativo) houver nome próprio ou pronome pessoal reto, o verbo concordará com a pessoa ou o pronome; se houver nome próprio e pronome, e um dos termos estiver no plural, a concordância será feita com o termo que estiver no plural:

"Marlene era só dores".
"O Brasil somos nós".
Quando não houver nome próprio, e o sujeito ou o predicativo estiver no plural, o verbo vai para o plural:

"O pior foram suas acusações".
"O resto são lembranças".
"Suas certezas são o problema".
C Em suma, o verbo de ligação concorda primeiro com a pessoa e depois com o plural, não importa qual for sujeito ou predicativo.
D Se houver expressões de distância, peso, preço, quantidade (é bom, é demais, é muito, é pouco e outras), o verbo permanece invariável:

"Três metros é muito para o sofá".
"Dois quilos é pouco para a feijoada".
Em expressões de data, distância e tempo, o verbo concorda com o predicativo:

"Hoje são 9 de novembro".
Em: "Hoje é 9 de novembro", supõe-se a elipse de "dia".
"Daqui lá são 12 km".
Com horário fracionado, o verbo concorda com a unidade.
"É 1 hora e 30".

2- O pronome "se" apassivador
Como indicador da voz passiva, a partícula "se" transforma o complemento em sujeito paciente
O pronome "se" é partícula apassivadora quando acompanha verbo transitivo direto com complemento sem preposição(*). O complemento se transforma em sujeito paciente. Como de regra, o verbo acompanha o sujeito no singular ou no plural:

"Alugam-se casas."
"Devem-se cobrar resultados."

Quando o "se" for partícula apassivadora, a oração estará na voz passiva. Para saber se ocorre partícula apassivadora, transforma-se a oração em passiva analítica:

"Alugam-se casas" = Casas são alugadas;
"Devem-se cobrar resultados"= Resultados devem ser cobrados.

Na oração passiva analítica, o sujeito é ente inanimado ou paciente da ação verbal.

Atenção: o verbo transitivo direto pode ter complemento direto com preposição: Amar a Deus. Nesse caso, em "Ama-se a Deus", o "se" é índice de indeterminação do sujeito e não partícula apassivadora, por isso o verbo fica na terceira pessoa do singular.

Dica: Em caso de dúvida, basta converter a estrutura anterior (voz passiva sintética) em voz passiva analítica: "Vendem-se deputados e senadores" > "Deputados e senadores são vendidos".

3- Índice de indeterminação do sujeito
Todo cuidado é pouco para não confundir o "se" de indeterminação do sujeito com a partícula apassivadora
É preciso não confundir o "se" de indeterminação do sujeito com a estrutura semelhante à do "se" apassivador, mas composta por verbo transitivo indireto (que exige preposição antes do complemento) ou intransitivo. Nessa estrutura, a preposição ("a", "com", "de", "em", "para") aparece ao lado do "se", antes do substantivo (objeto indireto) na oração de sujeito indeterminado. Verbo no singular. Exemplos de frases corretas:

"Precisa-se de candidatos honestos".
"Trata-se de políticos decentes".
"Necessita-se de alunos aplicados".
"Sofre-se com os preços altos".
"Acreditou-se em mentiras políticas".

Abaixo, um exemplo de frase de jornal que confundiu o "se" apassivador com o "se" indicador do sujeito indeterminado:

"Criaram-se as condições ideais para as reformas, aplicaram-se as pressões adequadas, mas recorreram-se às fórmulas erradas."

O certo seria: "Criaram-se as condições ideais para as reformas, aplicaram-se as pressões adequadas, mas recorreu-se às fórmulas erradas".

Isso se explica pois as condições são criadas, as pressões são aplicadas. Mas recorre-se "a" alguma coisa. As fórmulas não podem ser recorridas. Deve ser, portanto, "...mas recorreu-se às fórmulas erradas", por causa da preposição.

4- O verbo "haver"
Usado na forma impessoal, o verbo "haver" sempre vai na 3ª pessoa do singular
Com os sentidos de existir, ocorrer, decorrer, fazer (tempo), o verbo "haver" é utilizado sempre como impessoal e na terceira pessoa do singular. Também fica na terceira pessoa do singular o auxiliar do haver impessoal. Os verbos que "haver" impessoal substitui (exceto "fazer", com tempo) variam normalmente: "existem bons repórteres", "existiam roupas", "ocorriam assaltos", etc.
"Há bons redatores na revista."

"Com a queda das bolsas, houve pessoas que se mataram."

"É preciso que haja roupas no estoque."

"Havia mortos e feridos nos destroços."

"Há três anos não vê a mulher."

"Estava havendo assaltos a mulheres desacompanhadas."

"Parecia haver mais policiais do que espectadores."

Se o ponto de referência é uma data passada, e não a atual, deve-se usar o pretérito imperfeito ("havia") e não o presente ("há").

"Lenise estava naquela escola havia dez meses."

"Havia três anos que começara a trabalhar."

"Esbofeteara o sócio havia dois meses."

A troca por "fazer" torna clara a necessidade de correspondência de tempos passados:

"Lenise estava naquela escola fazia (não 'faz') dez meses."

"Fazia (não 'faz') três anos que começara a trabalhar."

"Fazia (não 'faz') dois meses que socara o sócio."

"Em 2012, na presidência havia (ou fazia, não 'faz') um ano, achava que tudo ia bem."

5- O plural indevido
Objeto de distrações, o plural segue critérios que vão além da sintaxe, implicando o sentido do que se quer dizer
De um jornal:

"As aquisições feitas pelo grupo até agora estão na casa de US$ 5,4 bilhões, incluindo as participações dos sócios da VBC em cada operação."
"As participações", escreveu o redator, como se faz em latim e inglês, mas deveria ser "a participação."

Registra-se aqui uma das distrações mais comuns e menos discutidas e explicadas da língua. Difícil teorizar, mas, se uma propriedade se refere a sujeitos diversos, deve manter-se no singular. E mais: quando são vários os possuidores, o nome da coisa possuída fica no singular, inclusive partes do corpo, se unitárias, ou atributos da pessoa. Mais exemplos podem esclarecer essa teoria.

Abaixo, enganos tirados de jornais, com a forma adequada entre parênteses:

"O governador Alckmin recebeu as visitas do deputado Paulo Maluf e do prefeito Kassab." (recebeu a visita)

"O técnico decidiu-se pelas entradas de Robinho e Kaká." (pela entrada)

"A festa teve as presenças de José Dirceu e Delúbio Soares." (a presença)

"A polícia tenta apurar as identidades dos marginais." (a identidade)

"... eles balançaram as cabeças em aprovação." (a cabeça)

"... deixou todos de bocas abertas." (boca aberta)

"... Elevemos os corações para o alto." (o coração)

"... Elevaram as mentes a Deus." (a mente)

O fato é que de tanto escrever e falar assim, acaba-se nem sentindo mais. Claro que diremos no plural: "lavamos as mãos, os pés", "curamos os rins, os pulmões"; "elevemos as mãos para o alto, as pernas, as orelhas", porque temos pares desses acessórios. Mas: "elevemos o coração, a cabeça, o fígado, o nariz, a boca, o pescoço, o pâncreas"... E o que mais for unitário.

6- Colocação pronominal
Com variações entre a fala e a escrita, a ordem pronominal deve obedecer a certas regras e observar as situações de comunicação
Volta e meia a má colocação pronominal dá as caras em publicações variadas, como podemos ver abaixo (a boa colocação é a que está entre parênteses):
"Não ficarão órfãs porque deixei-as já adultas..." (porque as deixei)

"... quando transferiu-se para..." ( quando se transferiu)

"... havia formado-se..." (havia-se formado ou havia se formado).

"... caberia-lhe o sacrifício..." (caber-lhe-ia [evitar] ou lhe caberia).

Em todos esses casos (há vários semelhantes em jornais e revistas todos os dias), os pronomes oblíquos átonos foram maltratados. Eles devem se colocar antes do verbo (próclise) em orações nas quais há:
  • palavras negativas e advérbios (não, nem, ainda, assaz, bastante, bem, já, jamais, mais, mal, muito, menos, pouco, quanto, quase, quiçá, sempre, só, talvez, tanto, etc.);
  • conjunções (quando, enquanto, se, etc.);
  • pronomes relativos (que, quem, cujo, etc.);
  • pronomes pessoais (eu, tu, etc.) em muitos casos.
A leitura e o bom ouvido são fundamentais na colocação pronominal. No português do Brasil, em geral se coloca o pronome átono antes do verbo. Mas o infinitivo verbal não flexionado tem força para neutralizar a tendência à próclise. Pode ocorrer então a ênclise (pronome depois do verbo principal): "Impossível não irritar-se".

No Brasil, mesmo em relação ao infinitivo, a tendência sempre frequente é antecipar o pronome ao verbo. "Impossível não se irritar". Mesmo que não haja palavras negativas, pronomes ou conjunções na frase, a antecipação natural na linguagem informal é cada vez mais frequente na formal. No entanto, apesar da tendência, deve-se evitar tal uso. Jamais o pronome vem depois de verbos no particípio passado ("comido", "partido", "posto"), no futuro do indicativo ("caberá") ou do futuro do pretérito, o velho condicional ("caberia"). Nos casos em que não houver atração, será "havia-se formado", "caber-lhe-á" e "caber-lhe-ia".

Lhe x o/a
Distração comum é o uso de "lhe", "lhes" em lugar de "o", "a", "os", "as" com verbos transitivos diretos, que rejeitam preposição. O "lhe" substitui complementos com preposição. É complemento de verbos transitivos indiretos, que exigem preposição. Nada de "Eu lhe amo", "Conheceu-lhe na rua...". O certo é "Eu a amo"; "Conheceu-o na rua...".

Há verbos que rejeitam o "lhe", mesmo sendo transitivos indiretos: "aludir", "aspirar", "assistir" (como presenciar) e "recorrer". Em tais casos, usa-se "a ele" ou "a ela".

7- Ter x haver
É preciso atenção para usar adequadamente os verbos "ter" e "haver", muitas vezes trocados na linguagem cotidiana
Em relação a "haver", ocorre com muita frequência, principalmente na linguagem oral, a troca de "haver" por "ter". Como nos versos de Drummond, já ousado em 1928:
"No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio
do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha
uma pedra."
Frases lidas ou ouvidas: 
"Tinham mais de 6 mil torcedores no Morumbi."
"Tinham trinta deputados em plenário."
"Tinham dois impedidos."

Na linguagem formal culta, deve-se usar "haver", impessoal no sentido de existir como já vimos:

"Havia mais de 6 mil..."
"Havia trinta..."
"Havia dois..."
"Parecia haver 3 mil espectadores..." (E não "pareciam" haver...).

8- Ver x vir
Como esses verbos semelhantes geram confusões quando o assunto é o futuro do subjuntivo
"Ver" e "vir" confundem-se no futuro do subjuntivo. O mesmo ocorre com os compostos: "antever", "prever", "rever", etc; "convir", "intervir", "entrevir", "revir", etc.

É muito comum mais ouvir do que ler coisas como: "Se ela me ver" ou "quando ela me ver" - mesmo de pessoas bem escolarizadas. A forma adequada é "vir", futuro do subjuntivo de "ver": "Se ela me vir" ou "quando ela me vir".

Dica: pode-se extrair o futuro do subjuntivo do passado perfeito do indicativo, na terceira pessoa do plural.

Verbo VER: eles viram; tira-se o sufixo (-am) e obtém-se a primeira pessoa do futuro do subjuntivo: VIR.

Verbo VIR: eles vieram; menos a terminação "-am": VIER.
Futuro do subjuntivo
Ver
Vir
Vir
Vier
Vires
Vieres
Vir
Vier
Virmos
Viermos
Virdes
Vierdes
Virem
Vierem
Nota: "Prover" difere dos demais: provejo, provês, provê, etc. Provi, proveste, proveu, provemos, provestes,proveram (-am): Futuro do subjuntivo: se eu prover, se tu proveres, etc.

9- A vírgula
Como o uso indevido do sinal de pontuação mais comum do idioma pode alterar o sentido da frase
Há muito a dizer sobre a vírgula, porém dois princípios são essenciais para a correta virgulação:
A) Jamais se separa o sujeito da predicado (verbo). Mesmo que o sujeito esteja longe do verbo.
"Todos os empregados que precisem viajar para fora do país, devem comparecer ao serviço de medicina..."

A vírgula depois de "país" separa o sujeito (empregados) de seu predicado verbal (devem comparecer).

"Melhorar a eficácia de fogões alimentados por combustível, teria impacto positivo na saúde humana e no ambiente dessas regiões."

A vírgula depois de "combustível" separa o sujeito ("Melhorar... combustível") de seu predicado verbal "teria".

B) Jamais se separa o verbo de seus complementos. Mesmo que o verbo esteja longe deles.

"A Bolsa do Rio garantia, a bancos e corretoras, o pagamento da compra de ações feita..."

"A bancos e corretoras" é objeto indireto; não deveria aparecer entre vírgulas.

Dica
Separam-se por vírgulas orações intercaladas ou adjuntos adverbiais deslocados no início da frase (deslocados porque a ordem natural dos adjuntos é no fim da frase).
"A presidente, enquanto viajou, foi informada de tudo".

"Enquanto viajou, a presidente foi informada de tudo".

10- A concordância do verbo antes do sujeito
É necessário ter cuidados redobrados com a concordância quando o verbo está posposto ao sujeito
O princípio fundamental de que o verbo concorda com o sujeito, mesmo posposto, às vezes é esquecido. É muito frequente a discordância quando o verbo aparece antes do sujeito na frase. Nos exemplos ruins de jornais, abaixo, a forma adequada vem entre parênteses.

"Chama-me a atenção os desdobramentos..." (chamam-me ... os)

"Falta dez minutos para terminar a sessão."(faltam dez)

"Basta alguns votos para concluir a contagem." (Bastam alguns votos)

"Basta seis documentos para efetuarmos..." (Bastam seis)

"Existe, que se saiba, bons motivos..." (Existem... bons motivos)

"Existe seguros apropriados..." (Existem seguros)

"E todos sabem que existe dois tipos de computadores..." (existem dois)

"Viva os reis!" (vivam os reis!) 
Haver e existir
Costuma-se confundir a concordância de "existir" com a de "haver". "Haver" é impessoal e fica na terceira pessoa quando significa "existir": "há seguros", "há bons motivos". Mas a de "existir" varia: "existem seguros", "existem bons motivos".

"Dar", "bater", "soar", com referência às horas do dia, concordam com o número que indica as horas: "davam seis horas", "soavam três horas", "batiam duas horas".

11- O bom uso do verbo "fazer"
Convém observar as diferenças entre o uso pessoal e impessoal de "fazer" 
O verbo "fazer" é pessoal em seu sentido próprio:
"Ela fez tudo".
"Tu e ela fareis o que eu mandar".
"Eles fazem anos no mesmo dia".

Mas é impessoal quando:
A) expressa tempo decorrido. 
Nesse caso, usa-se "fazer", sem sujeito, na 3ª pessoa do singular. O auxiliar de "fazer" também fica no singular.

Nos exemplos negativos seguintes, ouvidos em entrevistas ou tirados de publicações, a forma correta aparece entre parênteses:

"Fazem dez anos que a conheci" (Faz dez anos).
"Farão dez minutos que saiu." (Fará dez minutos)
"Faziam horas que havia fugido." (Fazia horas)
"Casou-se fazem doze anos." (faz doze anos)
"Devem fazer dois anos que não a vê." (Deve fazer)
"Vão fazer três anos que o governo..." (Vai fazer)
"Estão fazendo cinco anos que se casou, mas..." (Está fazendo)

B) expressa fenômeno climático:

Faz calor.
Fazia muito frio.



domingo, 18 de março de 2012

Ai, se eu te pego, Luíza...

Lí este artigo, mas não lembro-me da fonte. Se você é autor me avise para eu registrar o crédito.
Paulo Rubini



Ai, se eu te pego, Luíza...


06/02/2012
Desde que a propaganda começou a ficar mais “esperta” e assumiu um papel mais dinâmico e abrangente do que a primordial função de oferecer produtos, ela se desdobra como espelho do que as sociedades manifestam como comportamento, cultura, o arts & krafts e o zeitgeist (com o perdão dos estrangeirismos, mas ilustra bem e que fica chique, fica...).

Tão interessante quanto, é quando a propaganda traz a vanguarda à luz do senso comum. É nas ocasiões (raras), quando ela consegue aliar a ação de lançadora de tendências com a tarefa fundamental de vender com competência, é que nossa querida profissão, em minha opinião, alcança sua maior relevância como atividade econômica e social.

Mas aí veio a internet e bagunçou tudo.

Qualquer zé mané lá do Chumbuquistão grava um vídeo bizarro/estranho/engraçado/violento/gracinha, posta na rede e por obra do sei-lá-o-que, vira um meme mundial. Até aí, tudo bem. Afinal, todos nós, lá no fundo (ou nem tão no fundo assim), temos um lado que curte coisas bizarras/estranhas/engraçadas/violentas/gracinhas.

É o que acontece hoje com o fenômeno Luíza, que imagino, todo mundo já ouviu falar. Apenas para resumir e relembrar, um colunista social de uma capital brasileira participa de um lançamento imobiliário de alto padrão, onde ressalta a virtude do apartamento, símbolo daquilo de mais requintado do que poderia usufruir o society local. Para marcar seu orgulho, reuniu a família, com exceção da filha Luíza, que “está no Canadá”. Não deixam de ser comoventes os símbolos de ascensão social dessa galera (o tempora, o mores, etc...), mas como propaganda, é ruim. Tão ruim que é ótima e por isso virou hit na web.

O que não dá para perdoar é a carona preguiçosa, que muitas marcas importantes têm pegado neste e outros exemplos, do tipo...” Todo mundo está comprando na Loja do Zezinho, menos a Luísa, que está no Canadá”...
Tudo ao som do onipresente “Ai se eu te pego, ai, ai, se eu te pego”...
É legal procurar sempre se colocar empaticamente no lugar das marcas que a gente cuida, se perguntando se cada ação vai construir, vai consolidar, vai inovar.

Tenho sérias dúvidas se, colar no galeguinho de Medianeira e seu improvável (mas incontestável) sucesso mundial, ou outro que inevitavelmente o sucederá, na Luíza da vez ou na nova über perua (hellooou!!...), por pura preguiça de planejar o caminho, suar o cérebro para criar o novo, bebendo nas influências do espírito do tempo ou na ousadia da vanguarda, são táticas inteligentes.

Pode parecer dar certo por algum tempo, o Michel e a Luíza vão ganhar uma boa grana e desfrutar doswharolianos 15 minutos a que todos têm direito.
Mas é injusto fazer a marca pular de galho em galho, para poder aproveitar o que outra pessoa inventou lá no Chumbuquistão e que vai fazer um sucesso apenas momentâneo.

A marca fica perdida, pois a mensagem que ela transporta pode ser até ser bizarra, estranha, engraçada, violenta ou gracinha.

Mas é má propaganda.