Esta informação vem corroborar o que venho dizendo há tempos. O site institucional se não evoluir para um "centro de interação e integração" entre empresa, meio e usuários, se tornará apenas um depósito de arquivos mortos.
Leia o artigo abaixo
O Estado de SP 11/01/2010
REF: Marketing Digital - E-Commerce
por Marili Ribeiro
Os sites das empresas estão perdendo audiência. O último dado de navegação na internet que capta essa tendência, monitorado pelo Ibope Nielsen Online, indica que, em setembro, a audiência de busca por informações corporativas caiu 7,6% em relação ao mês anterior. Entre os profissionais que trabalham com prestação de serviços online no meio publicitário para empresas não há surpresa nessa queda. "Falta funcionalidade nos sites corporativos, que não evoluíram no mesmo ritmo da própria internet", diz Marcelo Perrone, diretor de estratégia digital da agência de propaganda Giovanni+DraftFCB.
"A cada ano há mais gente usando a rede global", afirma. "Um processo de democratização de acesso que não vem sendo atendido pelas empresas em seus sites com facilidades proporcionais. Existe tecnologia disponível para interfaces melhores no que diz respeito à busca de informações, por exemplo, assim como recursos de adaptação com fontes mais amigáveis para os internautas."
Na Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os associados passaram, desde o ano passado, quando a instituição anunciou a renovação de sua logomarca, a discutir questões relativas à funcionalidade do site. Querem incrementá-lo. Em consenso, decidiram que vão implementar medidas como a divulgação de um quadro de informações sobre a cobrança de tarifas bancárias. Com isso, acreditam que vão facilitar a comparação dos preços pelos correntistas, dando mais transparência à atuação dos bancos.
Não existem dados sobre o total de sites corporativos em português nas páginas da rede global. O mais próximo que pode se chegar do que representa esse universo seria a soma dos registros de domínios de pessoas jurídicas no site do Comitê Gestor da Internet no Brasil. Na semana passada, havia pouco mais de 37 mil endereços cadastrados. Porém, existe aí sobreposição de registros, uma vez que algumas companhias podem ter, além do site de informações institucionais, outros para vendas ou, ainda, hot sites temporários para ações específicas de marketing.
Fora isso, uma pesquisa realizada no fim do ano passado pela Associação Comercial de São Paulo com 1,2 mil empresas no Estado mostrou que 34% delas não possuem páginas institucionais na internet. A indústria é o setor que mais investe em sites próprios, com 80% de adesão, seguido do comércio atacadista, com 70%, e das instituições financeiras, com 58%.
OBSOLETO
No início da era digital, na avaliação de Luciana Iodice, diretora de Estratégia e Marketing da agência Media Contacts, do grupo Havas, "estar presente" na rede significava ter um site estruturado de forma bem tradicional, com itens como a história da empresa, sua missão e outras informações do gênero.
"Esse tipo de informação básica continua sendo relevante, e o meio interativo ainda é uma das melhores formas de fornecer dados da empresa no momento em que o usuário busca proativamente pela informação", diz. "No entanto, marcar presença na internet evoluiu não só no formato, mas também conceitualmente. Hoje, estar online significa também abrir um diálogo com o usuário." Para Luciana, o tom que deve pautar um site corporativo não deve ser tão básico, o que pode torná-lo obsoleto, mas deve promover interação e, principalmente, oferecer algo de valor aos seus consumidores.
Entre os setores que mais têm explorado o potencial da rede para valorizar os seus negócios estão o automobilístico e o de aviação. Cristina Ponte, gerente de marketing e de relacionamento e mídias da General Motors, garante que, hoje, muito do contato da empresa com seus clientes passa pelos sites do grupo, sempre muito acessados, embora ela não revele, por alegadas questões estratégicas, os volumes de tráfego registrados.
O site da empresa está no ar desde 1998 e ferramentas como a criação de sites específicos para lançamentos de veículos são recurso comum. "O hot site permite personalizar um ambiente dedicado exclusivamente àquele produto", diz Cristina. "Hoje, nenhum cliente chega numa concessionária completamente desinformado."
Na companhia aérea Gol, como explica sua assessoria, o site mistura informações corporativas e vendas. A partir deste ano, o endereço virtual da empresa evoluirá, como eles definem, para o conceito de portal. Ou seja, será um site amplo, também com serviços sobre roteiros de viagens, dicas de restaurantes e hotéis, onde o usuário poderá fazer reservas, escolher programas e comprar ingressos para eventos, assim como alugar carros. Com verba de marketing estimada em R$ 60 milhões para o ano, a companhia vai aplicar metade desse dinheiro em ações online.
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