sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Ipea descarta hipótese de país entrar em recessão

19.02.09 - Valor Econômico - Arnaldo Galvão

O quadro de recessão, cujo conceito mais adotado é o de dois trimestres consecutivos com retração do Produto Interno Bruto (PIB), não deve ocorrer no Brasil, apesar do forte ajuste ocorrido nos últimos três meses do ano passado. Essa é a principal conclusão de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado ontem pelo diretor de Estudos Setoriais, Marcio Wohlers.

O documento intitula-se "Crise Internacional: reações na América Latina e canais de transmissão no Brasil" e afirma que "o quadro recessivo observado nos países desenvolvidos não está posto para a economia brasileira". Os técnicos do instituto ressaltam que "prevalecem dúvidas sobre o ritmo da produção em 2009, indicando a importância vital das ações governamentais para amenizar/interromper os canais de transmissão da crise internacional".


Segundo o trabalho do Ipea, o setor industrial, apesar do ajuste abrupto ocorrido no último trimestre de 2008, já apresenta alguns sinais de recuperação, indicando que, neste início de ano, não vai ocorrer redução drástica da produção. O trabalho informa que "existem sinais de que janeiro de 2009 não foi um mês tão difícil para a produção industrial como foi o mês de dezembro".


Para o instituto, o volume de vendas e produção de veículos leves cresceu, nesse mês, 3,16% em relação a dezembro, embora ainda esteja 7,6% abaixo de janeiro de 2008.


Os técnicos do Ipea disseram que, apesar dessa recuperação automotiva, o ponto fora da curva foi a queda de 27% nas vendas de grandes caminhões e outros veículos pesados. Janeiro também teve, segundo o que apurou o Ipea, crescimento de 1% no consumo de energia elétrica em relação a dezembro, mas parte dessa variação pode ser explicada por fatores sazonais. Na comparação com janeiro de 2008, a queda é de 2,7%.


Na agropecuária, as perspectivas são de reduções na renda e na produtividade, mas se espera estabilidade na área plantada. A volatilidade dos preços das commodities causa insegurança para o plantio e ainda há dificuldades para o financiamento, além do aumento do custo de produção.

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