“Li que a Cléo Pires mandou fazer a tatuagem de um verso de Fernando Pessoa num, se entendi bem, quadril, para ser fotografada para a ‘Playboy’. A tatuagem é provisória, mas Cléo Pires pode muito bem estar inaugurando um novo espaço para a literatura. Você não abriria mais a ‘Playboy’ só para ver mulher nua, teria material de leitura na própria mulher nua. Um hai-kai em cada seio, Drumond e Bandeira nas nádegas, um resumo da “Odisséia” começando no pescoço, circulando o umbigo como se fosse a ilha de Calipso e desaparecendo no púbis, ou no retorno simbólico de Ulisses ao lar e ao aconchego de Penélope. Você poderia elogiar a artista pelada do mês, mas discutir a sua escolha de textos (“Kafka nas coxas”).
E ter uma desculpa pronta ao ser flagrado espiando uma nua da ‘Playboy’ escondido:
- Nem notei a mulher, estava lendo o autor novo no seu pé.”
Luis Fernando Veríssimo (jornal A Gazeta)
Os 35 anos de Playboy com Cléo Pires é um deleite para nós, homens (e para algumas mulheres, também, rs). Ademais, a playboy pode estar retomando os grandes ensaios com artistas famosas e deixando de lado as anônimas BBBs que encalham revistas nas bancas.
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