terça-feira, 31 de agosto de 2010

Cartão de crédito é dinheiro!

 jornal Folha de S. Paulo 23/08/2010 - Maria Inês Dolci

O Banco Central está pronto para atuar, novamente, contra os interesses dos consumidores brasileiros. Há forte tendência de que, em uma futura regulamentação do segmento de cartões de crédito, seja permitida a cobrança diferenciada entre cartões, dinheiro e cheque. Ou seja, o BC está inclinado a atender às demandas dos lojistas.

A alegação dos comerciantes é que pagam pelo aluguel das máquinas leitoras e também uma taxa em cada transação. Os valores estariam hipertrofiados e a conta, segundo eles, deveria ser enviada para quem sempre as recebe: nós. Não é justo nem boa prática comercial.

Os lojistas ganharam muito ao aceitar cartões de créditos. E continuam ganhando. A estrutura de crediário era pesada e cara. Nem sempre resolvia, contudo, a ameaça de inadimplência.

As pessoas compravam além de suas possibilidades e não quitavam os carnês em dia.

Cheques sem fundos eram outro fantasma que tirava o sono dos comerciantes. Cheques roubados também.

Outra estrutura pesada tratava disso, com o apoio dos serviços de proteção ao crédito. Mas, em algumas situações, alguma coisa falhava, e o prejuízo era certo.

Até o dinheiro em espécie pode ser problemático, se for falsificado -isso existe, sim- e também em sua armazenagem.

O cartão de crédito tem muitas falhas. O crédito rotativo é proibitivo, nem sempre a dispensa de anuidade é verdadeira -com cobranças embutidas por uso e por não uso.

O cartão de plástico foi adotado pelos brasileiros. Evita que se carregue muito dinheiro em nossas ruas inseguras. Pode ser bloqueado em caso de furto ou roubo. E facilita o controle dos gastos, via fatura mensal.

Além disso, quando há promoções de fabricantes, lojistas e operadoras, contas podem ser pagas em três vezes, em média, sem juros.

A unificação das máquinas leitoras já reduz o custo dos cartões para os comerciantes, pois antes tinham que pagar o aluguel de dois, três ou mais equipamentos.

Resta prosseguir em negociação com as operadoras para reduzir a cobrança das transações.

Nas lojas, contudo, estabeleceu-se a prática de pressionar o cliente para que pague com cheque ou com dinheiro. Prática abusiva e contrária ao artigo 39, inciso X, do Código de Defesa do Consumidor.

Criar embaraços ao pagamento de compras de produtos e de serviços não me parece muito inteligente. Desestimular o uso de cartões de crédito, então, pode se virar contra quem vende.

A regulamentação deveria evoluir em outra direção. Discutir limites de juros no crédito rotativo, assegurar o direito de renegociação de taxas, definir quem responde pela segurança das transações na internet.

Talvez até mediar as taxas cobradas dos lojistas. Diferenciar o que é prática comercial dos abusos e cláusulas leoninas.

Também é fundamental avançar na transparência dos contratos e da educação dos consumidores, a fim de que não percam o controle dos gastos. Especialmente para que não recorram ao crédito rotativo como forma de financiamento, uma das mais caras e impagáveis que existem no mercado.

O uso de cartões para compras na internet também carece de normas específicas, adequadas ao crescimento das compras virtuais. Que só são virtuais por ocorrer na web, mas que têm fraudes bem reais.

O momento é muito bom para isso. A economia está crescendo e as classes emergentes querem mais conforto e mais segurança. Isso se traduz em ir às compras.

Engarrafar esse trânsito com medidas equivocadas só vai atrapalhar a vida de todos. Cobrança diferenciada, ao fim e ao cabo, reduzirá as compras e os lucros de quem produz e de quem vende.

Não creio que o objetivo da regulamentação seja esse. Por pensar somente no lucro imediato, entretanto, os comerciantes podem perder milhões de compradores.

Que o BC, que se omitiu quando as instituições financeiras quiseram solapar o CDC, não erre novamente contra os consumidores.

MARIA INÊS DOLCI , 54, advogada formada pela USP com especialização em business, é especialista em direito do consumidor e coordenadora institucional da ProTeste Associação de Consumidores. Escreve quinzenalmente, às segundas-feiras, nesta coluna.

sábado, 28 de agosto de 2010

Gentileza é grátis e dá lucro!

Pra corroborar alguns artigos que tenho escrito acerca de prestação de serviço, atendimento ao consumidor, tais como "Apenas cumpra o que promete" ou  "CompraFacil.com não é nada fácil!", reproduzo um excelente artido da HSM.
Tom Peters: Gentileza é grátis e dá lucro!


A Ebay tem 14 mil funcionários, a Amazon 20 mil e a Craiglist tem apenas 30. Quantas pessoas você precisa: 10 mil ou 30? Pense nisso cada vez que tiver que executar alguma coisa, alertou Tom Peters, ao analisar com cuidado a situação de pressão que vivem os gestores em função da concorrência.
“A situação de vocês é perigosa. E essas situações exigem estratégias extremas e não estratégias medíocres”, declarou, defendendo que serviço hoje é uma transação, uma experiência, e uma forma de engajamento sustentável. “No Starbucks, por exemplo, os clientes querem uma experiência e um pouquinho de café”. Mas como subir na escala de valor agregado?

Peters enfatiza que você pode fazer uma tonelada com matéria-prima, mas o interessante é ter uma proposta de valor agregado diferente. “Toda empresa deveria ter um diretor de experiência”, aconselha, defendendo que a coisa mais dura e duradoura são os relacionamentos, os nossos clientes, por isso a importância da execução com Excelência.“Execução são as pessoas. Se você executar bem, já ganhou dos outros. Sou louco por execução”, declarou.

Gentileza = negócios repetidos = lucro

Peters foi enfático ao afirmar que você só ganha dinheiro na segunda, na terceira vez que serve alguém.“Generais heróicos ganham batalhas, generais políticos ganham guerras”, afirmou e fez o paralelo para as empresas, afirmando que estas são iniciativas vitais, alegres e inovadoras que pretendem aumentar o potencial humano. Para ele, as empresas só existem por um único motivo: para prestar serviços. E isso vale para uma igreja, um hospital, uma loja e para todo mundo. "O caminho para a maximização do lucro é uma atitude decente".

Loja feia com atitude feia não tem sucesso, loja linda e atitude horrível, não vai a lugar algum também. “Invista 20% do orçamento do capital e invista em pessoas, mesmo que você não possa fotografar um funcionário, como você faria com o investimento em um prédio ou máquina. Faca a coisa direito e você serve o cliente melhor em qualquer circunstancia”.

Peters citou o exemplo de Dave Liniger, que é o fundador da empresa imobiliária do mundo real, a RE / MAX. Ele diz: "A pessoa que compra a casa com o último cliente não é o principal cliente. A pessoa que é o meu principal cliente é a pessoa que trabalha com/para mim, que está servindo o cliente. Nós somos uma vida de sucesso da empresa. Meu negócio é fazer as pessoas que trabalham para mim ter sucesso como seres humanos, e transformar suas vidas em uma forma valiosa e útil. Somos uma companhia de sucesso de vida. Minha obrigação é servir os meus agentes que servem os clientes”.

Satisfação e retenção

Para Tom Peters, as simples cortesias são a base da satisfação e retenção de clientes e funcionários.
Como líder, você precisa dedicar a sua carreira para o desenvolvimento de 100% das pessoas no seu cargo. “Você saberá que está tendo sucesso quando puder ver que eles estão comprometidos com a excelência em tudo que fazem”.

Peters questionou: “Qual é a diferença entre uma Cia de teatro e um departamento de TI? As pessoas têm a mesma importância”, afirmou. Para ele, business é dar algo compensador para a vida das pessoas. Caso contrário, não vale a pena, uma vez que as pessoas são a marca.“Sem lucro não dá para ter talento. O lucro é uma conseqüência do talento”, finalizou.

A pesquisa da Associates Press Ganey que consultou 139.380 ex-pacientes de 225 hospitais em "satisfação do paciente", mostrou os 15 mais poderosos determinantes da referida satisfação do paciente. Nem uma única das 15 principais fontes de satisfação dos pacientes tinha a ver com a evolução da saúde do paciente. Todos os 15, com efeito, estavam relacionados à qualidade da interação do paciente com a satisfação pessoal dos funcionários do hospital e entre os membros da equipe.

Ouvir os pacientes ou responder as suas perguntas não custa nada. Poderia argumentar-se que pacientes negativos e interações alienantes, sendo insensível às suas necessidades, ou limitar o seu sentido de controle pode ser muito caro.

Desta experiência, Peters listou as seguintes lições:
1 - A qualidade das interações positivas pode ser mais memorável do que o problema.2 - Funcionários felizes, clientes satisfeitos. 3 – Fazer a coisa certa gera qualidade.4 – A gentileza é de graça e dá lucro.

HSM Online
24/08/2010




quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Apenas cumpra o que promete

Não sei se por causa do trabalho como consultor de marketing, me obrigando a ser muito observador, ou apenas por ser mais um consumidor atento, estou cada vez mais desanimado com o segmento de serviços.

Philip Kotler Tom Peters vêm falando em suas recentes palestras que os consumidores, pelo fato de terem uma gama cada vez maior de informações - e a “um clique” de distância - estão transformando quase todos os produtos em commodities, com preços e qualidade praticamente idênticos.

O que resta aos players? Diferenciação por valor oferecido.

Óbvio? Sim. 

Mas não é o que acontece e tenho observado um efeito reverso. Maior foco na velocidade das vendas para manter um cash flow razoável tendo em vista as reduzidas e parecidas margens.

Recentemente, submeti-me a uma experiência pouco recomendável ao construir um novo imóvel para residir com minha família. Cerca de 90 % dos fornecedores de serviços não cumpriram o que prometeram. Foram coisas básicas que geraram problemas muitas vezes irreparáveis como um instalador de portas e pisos de madeira que arranhou o porcelanato ao apoiar portas diretamente no piso acabado; sujeira originada do pó de madeira serrada dentro do apartamento, resultando na necessidade de nova pintura; medidas de portas e janelas de vidro não conferidas; atraso na entrega dos armários embutidos; eletrodoméstico com defeito de fábrica e assistência medíocre e não comprometida com a marca... Enfim, toda sorte de péssimo atendimento que poderia ser evitado apenas com revisão de processos.

O mais impressionante é a total miopia desses empresários. Cheguei a oferecer ajuda para um conhecido empreendedor com intuito de ajudá-lo no diagnóstico de problemas que observei na organização de seu negócio e, acreditem, disse-me: “ah! Isso é assim mesmo, não adianta falar com os empregados sobre como prodecer”. Ora, se você administra um negócio com essa visão de apatia e conformismo, conte os dias.

Conheça seus processos, posicione as pessoas nos lugares certos, estabeleça um leiaute que propicie interdependência e agilidade, assegure-se que o serviço foi bem executado agindo pró - ativamente e não deixe isso para o pessoal de vendas. 


Isso é só o começo.

Deixe o pessoal de vendas cuidando apenas das vendas e de follow-up lastreado em gestão de relacionamentos; e NUNCA, mas NUNCA mesmo, deixe que se intrometam na área de execução de serviços. Deve existir um gestor para isso com visão sistêmica dos processos e de suas interligações.

Um empregado não engajado com missão e visão de seu negócio pode levar-lhe a falência...GAME OVER, dependendo do tamanho de sua empresa. DEMITA-O, e para os comprometidos, valorização e treinamento.

Ainda segundo Kotler e Peters, o consumidor moderno, em razão da quantidade de opções encontradas no mercado e pela comoditização dos produtos, pretende apenas que o fornecedor cumpra o prometido. APENAS isso. O resto: qualidade, design, preço, marca e etc., ele sabe como encontrar.

Amigos, isso não é um desabafo, muito menos uma denúncia de “maus tratos”, mas apenas uma triste constatação e um alerta de que para aqueles com forte senso de oportunidade, o sucesso pode chegar mais rapidamente no Brasil em crescimento com índices de 1º mundo.

O ritmo em que os indivíduos e organizações aprendem pode se tornar a única vantagem competitiva sustentável.”  Arie de Geus

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

MARKETING 360 GRAUS: Sustentabilidade para as grandes redes de supermer...

MARKETING 360 GRAUS: Sustentabilidade para as grandes redes de supermer...: "jornal Valor Econômico 11/08/2010 - Vanessa Dezem O termo sustentabilidade, para as grandes redes de supermercados no Brasil, não mais se r..."

Sustentabilidade para as grandes redes de supermercados no Brasil,

jornal Valor Econômico 11/08/2010 - Vanessa Dezem
 
O termo sustentabilidade, para as grandes redes de supermercados no Brasil, não mais se restringe à tentativa de convencer o consumidor a não usar a sacola plástica para embalar suas compras, um hábito difícil de abandonar. Os três maiores grupos do setor - Pão de AçúcarCarrefour e Walmart - estão treinando funcionários e negociando acordos com fornecedores para reduzir desperdícios, diminuir a utilização de materiais poluentes e, no final das contas, serem mais eficientes e melhorar a imagem da companhia junto à clientela.

O Instituto Akatu, uma ONG que promove o consumo consciente, já treinou nessas três redes varejistas, desde 2007 até agora, 140 mil pessoas, entre funcionários e seus familiares. Apenas no Walmart, 60 mil empregados já passaram pelo programa desenvolvido pelo Akatu.

"A concorrência aumentou e isso impulsiona as ações. Cada vez mais viramos uma commodity para o consumidor e precisamos ter diferenciais para não perdermos mercado", diz a gerente de sustentabilidade do Grupo Pão de Açúcar, Ligia Korkes. Cerca de 500 funcionários do grupo já passaram por treinamento com o Akatu.

"Uma coisa é a empresa, a partir de sua diretoria, definir planos de sustentabilidade, de cima para baixo. Outra coisa é que essa definição venha acompanhada de uma sensibilização dos funcionários, que se tornam parceiros da empresa nesse processo", diz o presidente do Akatu, Helio Mattar.

No Wal-Mart, o primeiro a fechar acordo com o Akatu, em 2007, são usados "multiplicadores" - funcionários voluntários que recebem as informações e as transmitem aos colegas. O multiplicador, primeiro, recebia explicações sobre como mudar hábitos dentro de sua própria casa. Agora, o plano, segundo a diretora de sustentabilidade do Walmart Brasil, Christianne Urioste, é trazer o funcionário para os programas da empresa. "Para que ele pratique o que aprendeu dentro da sua função".

Dentre as ações que devem ser praticadas pelos trabalhadores do Walmart está ajudar a convencer o cliente a usar menos sacolas plásticas, incentivá-lo a usar as estações de reciclagem da rede e orientá-lo em relação aos produtos sustentáveis vendidos nas lojas rede. Os funcionários são orientados também a posicionar esse tipo de produto nas gôndolas.

Os efeitos são de difícil mensuração, mas Urioste diz que, em 2009, o Walmart atingiu as metas de redução de energia e consumo de água e ganhou o reconhecimento da matriz nos Estados Unidos, por ser a filial com o maior número de funcionários (70% do total) participando do plano mundial Projeto Pessoal para Sustentabilidade (PPS), que incentiva o funcionário a adotar, no mínimo, um hábito sustentável.

O conceito do funcionário como agente promotor do consumo consciente também chegou ao Carrefour. O projeto-piloto de treinamento foi iniciado em 2009 - na matriz, o programa começou em 2006. Até o momento, segundo o Akatu, já foram treinados cerca de 1.000 pessoas ligadas à rede e neste mês de agosto, começa a ser implementado o programa para a alta gerência. Até o fim de 2012, a rede estima que já terá treinado todos os funcionários da bandeira, que somam 45 mil no Brasil.

A prática da sustentabilidade vem mudando as relações entre supermercados e indústrias. A partir deste ano, mais de 5 mil fornecedores do Carrefour terão que entregar um relatório anual e assumirão metas sobre suas práticas produtivas. Os do Pão de Açúcar serão avaliados e premiados, caso tenham bons indicadores.

O Walmart foi mais longe. Desafiou grandes fornecedores - como 3M, Cargill, Colgate, Coca-Cola, J&J, Nestlé, PepsiCo, P&G e Unilever - a tornarem mais eficiente a fabricação de seus produtos-líderes. Assim, a embalagem de PET do óleo Liza teve seu peso reduzido, o amaciante de roupas Comfort ficou mais concentrado e as fraldas Pampers foram projetadas com menor quantidade de celulose.

Segundo Mattar, é justamente esse poder que o varejista tem sobre a cadeia produtiva, que faz o sucesso dos programas de sustentabilidade. "Eles têm contato com muitos consumidores e têm um poder de compra grande na indústria, o que faz com que qualquer pedido deles tenha forte impacto nos fornecedores", diz Mattar. Calcular os efeitos desse tipo de projeto nos lucros das varejistas não é fácil. "Mas aquele que não fizer vai perder mercado, isso é certeza", diz o diretor de sustentabilidade do Carrefour, Paulo Pianez.


Em minha opinião, as iniciativas das grandes redes são louváveis; entretanto, muito da cultura deve ser mudado, como por exemplo, a dispensa do lixo doméstico por meio dos famosos sacos plásticos. Pesquisas recentes indicam que 100% das pessoas que levam sacos plásticos de supermercados para casa o fazem para posteriormente dispensarem o lixo gerado diariamente.

É puro lero-lero de eco-chato, impor o fim dos sacos plásticos nas redes varejistas. O que deve ser feito é a diminuição drástica de embalagens que se transformam em lixo doméstico. Outra fórmula que vem sendo adotada, que do meu ponto de vista é viável, é a utilização de embalagens óxi-biodegradáveis de última geração, desenvolvidas a partir de matérias primas renováveis, para servirem como sacos para lixo doméstico. Também, parcerias com recicladoras de ciclos retornáveis diretamente com as redes varejistas.  

Dia desses, ví um exemplo de sustentabilidade de dar água na boca. As destilarias escocesas de grandes marcas de Whisky reciclam os barris de madeira usados para o envelhecimento do puro malte escocês. Uma tradição de gerações que, além do reaproveitamento da madeira evitando a derrubada de milhares de árvores, aprimora a qualidade do produto exatamente pelo uso de décadas da mesma madeira.
  
Paulo Rubini

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Consumidor brasileiro não sabe por onde vão 26% de seus gastos semanais

portal Cidade Biz 12/08/2010
Segundo estudo encomendado pela Visa, os consumidores brasileiros não lembram, em média, como gastaram aproximadamente US$ 23 em dinheiro por semana, ou cerca de US$ 1.200 por ano.

A seção latino-americana da pesquisa abrangeu Argentina, Brasil e México. É o primeiro estudo na região que tem por objetivo mapear "gastos desconhecidos" dos consumidores. O levantamento foi feito em 12 países e ouviu 12 mil pessoas, dos quais mil (8%) brasileiros.

"Apesar de os consumidores quererem controlar suas despesas, eles ainda desconhecem como gastaram uma quantidade considerável de dinheiro a cada ano, principalmente quando o assunto são compras ou lazer com amigos e familiares - atividades normalmente realizadas durante as férias", afirma José Maria Ayuso, diretor de Produtos da Visa America Latina e Caribe.

Os consumidores brasileiros afirmam ser mais propensos a esquecer gastos relacionados a:

• Gastos alimentícios (43%)
• Compras relacionadas com lazer e/ou itens não essenciais (35%)
• Entretenimento (29%)
• Compras de snacks (26%)
• Jantar fora (25%)

Aí vem a parte da pesquisa que interessa à Visa: uma das conclusões é que o cartão de débito pode ajudar a controlar o dinheiro gasto. De acordo com a pesquisa, os consumidores brasileiros que usam o cartão de débito afirmam que:

• 72% preferem usar o cartão de débito em vez de dinheiro, sempre que possível.
• 67% concordam que os cartões de débito oferecem uma maneira fácil de controlar as despesas.
• 49% afirmam que usam o cartão de débito para manter seus gastos desconhecidos em um patamar mínimo.
• 79% acreditam que o pagamento de suas despesas com cartão de débito ajuda a mantê-los dentro do orçamento.
• 53% acreditam que checando os seus gastos com cartão de débito pela internet ajuda a mantê-los dentro do orçamento.

No mundo

Compras de alimentos em geral (43%), compras de lazer/itens não essenciais (33%) e entretenimento com os amigos (32%) são as categorias de despesas em que os consumidores, em todo o mundo, sentem que perdem o controle dos gastos.

Os australianos registraram o descontrole da maior quantia de dinheiro, tanto em termos de quantidade real gasta (US$ 59) quanto em percentual de gasto total (34%). Os indianos perderam o controle de US$ 8 semanais, isto é, 31% do total de seu dinheiro gasto semanalmente.

A Ipsos MORI realizou o estudo em setembro de 2009 em 12 mercados: EUA, Canadá, Índia, Rússia, África do Sul, Austrália, Coreia do Sul, México, Brasil, Argentina, Japão e GCC (Conselho de Cooperação do Golfo, formado pelos Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Kuwait, Omã, Catar e Bahrein). 

Classe C faz o varejo bater recorde

jornal DCI 12/08/2010 - Gleyma Lima e Camila Abud
Com um recorde de vendas no primeiro semestre deste ano, o comércio varejista brasileiro atingiu um aumento de 11,5% ante o mesmo período do ano passado, por conta da elevação da renda, estabilidade econômica e dos níveis de emprego. Agora, com a enxurrada de novos consumidores e a perspectiva de a classe média continuar crescendo no Brasil e passar dos 113 milhões de pessoas até 2014, a perspectiva para o segundo semestre é manter o ritmo e repetir o nível recorde, principalmente por causa do perfil dessa nova leva de consumidores, que costuma gastar mais.

É o que afirma o sócio sênior da consultoria Gouvêa de Souza (GS&MD) , Luis Góes. De acordo com ele, a nova classe emergente começa a experimentar novos produtos em diferentes categorias de consumo e se encontra em um período de mudança de hábito. "Supermercados e eletrônicos sentem mais o poder aquisitivo vindo do crescimento da classe."

Quem confirma este dado é pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciada ontem, que indica o volume de vendas no varejo com alta de 11,5% no primeiro semestre, o melhor resultado para o período desde o início da série calculada pelo IBGE em 2001.

O resultado foi puxado por hiper- e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, cujo volume de vendas subiu 10,4% no primeiro semestre, seguido por móveis e eletrodomésticos, que registrou avanço de 20,6%. O resultado de junho de 2010 aparece igualado ao de junho de 2007: alta de 11,3% na comparação com igual mês do ano anterior, e foi o maior de um junho desde os 12,9% de 2004.

Segundo o presidente do Instituto Provar , Claudio Felisoni, hoje setores como hipermercados e eletros se destacam no momento da compra da nova classe C. Ele diz que os hipermercados, por exemplo, são alavancados pelas mulheres, que têm mais visão familiar no momento da compra. No setor de eletrônicos quem vai às compras são os homens, que são mais ligados em tecnologia. "Os dois setores movimentaram o varejo e tendem a movimentá-lo cada vez mais. O que eles têm em comum com os consumidores é que ambos são alvo das primeiras experiências de consumo da nova classe, que agora começou a ter novos hábitos de consumo", explicou o presidente do instituto.

Segundo Felisoni, o aumento do poder aquisitivo da população ajudou a estimular o consumo no setor, pois nos primeiros seis meses do ano houve um significativo aumento da massa salarial do trabalhador, o que ajudou a elevar o poder de compra do brasileiro.

A categoria supermercados, que inclui supermercados e hipermercados, respondeu por 50% do crescimento do varejo em junho. O setor cresceu 1,5% em volume de vendas em relação a maio. Contra junho de 2009, o desempenho teve expansão de 11,9%, diz a pesquisa.

Supermercado

Quem sentiu isso foi a rede de supermercados Giassi, localizada no sul do País. "Nossas vendas aumentaram 14% no primeiro semestre deste ano, em comparação ao ano passado. As pessoas vêm mais vezes ao supermercado para experimentar novos produtos. O tíquete médio teve aumento menor, em torno de 5%. Hoje nosso tíquete varia entre R$ 45 e R$ 75 por cliente", afirmou o presidente do grupo, Zefiro Giassi.

O bom desempenho de móveis e eletrodomésticos no primeiro semestre, cujo volume de vendas no comércio varejista subiu 20,6% no período, também contribuiu para o resultado geral.

Quem sentiu isso foi a rede Ricardo Eletro, rede varejista de eletrodomésticos e móveis que entre fevereiro e abril deste ano registrou um aumento de 62% das vendas de televisores de LCD. Segundo o gerente de Linha Marrom da Ricardo Eletro, Amarildo Oliveira, houve aumento na aquisição de televisores LCD, principalmente por consumidores classes C e D. "A queda dos preços, aliada a promoções e financiamentos, é um dos fatores que atraem os consumidores." Segundo ele, os modelos mais procurados desses televisores são os de tela de 42 polegadas.

Material de construção

As vendas de material de construção no varejo aumentaram 9,6% no acumulado do ano até julho, em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme estudo do Ibope Inteligência divulgado pela Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco). Com o resultado, o setor fica mais próximo da meta da entidade de crescimento em 2010, que está em 11%.

No ano passado o setor atingiu faturamento recorde de R$ 45,04 bilhões. Segundo o Góes, da Gouvêa de Souza, este setor tende a se crescer cada vez mais, por projetos do governo federal como "Minha Casa Minha Vida" e pelos juros mais baixos, que hoje giram em torno de 3% ao mês. "São setores ligados à área de construção civil devido à facilidade de liberação de crédito", explicou.

No primeiro semestre deste ano o comércio varejista teve um aumento de 11,5% de vendas, recorde histórico, graças à demanda alta da classe C, segundo redes como Ricardo Eletro e Supermercados Giassi.

sábado, 14 de agosto de 2010

MARKETING 360 GRAUS: CompraFacil.com não é nada fácil!

MARKETING 360 GRAUS: CompraFacil.com não é nada fácil!: "Hoje em dia é chover no molhado referir-se ao e-commerce como uma tendência crescente, e sem volta. Entretanto, o novo modelo de comércio no..."

MARKETING 360 GRAUS: O vidente - e o ladrão

MARKETING 360 GRAUS: O vidente - e o ladrão: "'Eu procuro vetores se propagando no tempo - que novas tecnologias estão chegando ao mercado, quais estão terminando seu percurso. Você tent..."

O vidente - e o ladrão

"Eu procuro vetores se propagando no tempo - que novas tecnologias estão chegando ao mercado, quais estão terminando seu percurso. Você tenta localizar essas coisas e como vão mudar ao longo do tempo, e em que cavalos você quer estar montado em qualquer ponto no tempo. Você não pode estar muito longe à frente, mas tem que estar suficientemente à frente, porque tudo leva tempo para ser implementado. Então é preciso interceptar um trem em movimento."   


"A gente não pode, na verdade, prever exatamente o que vai acontecer, mas podemos sentir em que direção estamos indo."   


Steve Jobs em entrevista para a revista Rolling Stone

Já deu pra perceber que sou fã do cara. Ele tem a coragem de dizer que a Apple é focada em produto e não em venda, quando todos focam no cliente. "As pessoas só sabem que querem algo quando passam a conhecê-lo". Assim Jobs cria suas maravilhas tecnológicas e dá um show de genialidade inovadora.

Think different!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A tatoo de Cléo Pires e a Playboy


Li que a Cléo Pires mandou fazer a tatuagem de um verso de Fernando Pessoa num, se entendi bem, quadril, para ser fotografada para a ‘Playboy’. A tatuagem é provisória, mas Cléo Pires pode muito bem estar inaugurando um novo espaço para a literatura. Você não abriria mais a ‘Playboy’ só para ver mulher nua, teria material de leitura na própria mulher nua. Um hai-kai em cada seio, Drumond e Bandeira nas nádegas, um resumo da “Odisséia” começando no pescoço, circulando o umbigo como se fosse a ilha de Calipso e desaparecendo no púbis, ou no retorno simbólico de Ulisses ao lar e ao aconchego de Penélope. Você poderia elogiar a artista pelada do mês, mas discutir a sua escolha de textos (“Kafka nas coxas”).
E ter uma desculpa pronta ao ser flagrado espiando uma nua da ‘Playboy’ escondido:
  - Nem notei a mulher, estava lendo o autor novo no seu pé.”   
Luis Fernando Veríssimo (jornal A Gazeta)


Os 35 anos de Playboy com Cléo Pires é um deleite para nós, homens (e para algumas mulheres, também, rs). Ademais, a playboy pode estar retomando os grandes ensaios com artistas famosas e deixando de lado as anônimas BBBs que encalham revistas nas bancas.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O marketing e a arte da sedução

A dica é de  Seth Godin em seu blog

Carole Mallory era a amante de Norman Mailer (escritor americano). Seduzi-lo provavelmente não era tão difícil, já que naquele momento ele já estava na 6ª esposa.

Marketeiros buscam a sedução. Assim como pintores, escritores e candidatos a empregos. A coisa mais importante a entender sobre sedução é: só funciona quando a outra pessoa coopera, contribui e está de alguma forma interessada em ser seduzida.

Resumindo, é muito mais fácil seduzir alguém que esteja disposto a isso. Se você quer ter sucesso em qualquer forma de sedução, tenha isso em mente: procure as pessoas certas.

Algumas pessoas foram seduzidas pelo iPad, muitas outras ignoraram. Não é que o iPad mudou de pessoa pra pessoa, o que mudou foi o ponto de vista e disposição do público.

Mesmo assim…
Mesmo assim marketeiros tratam as pessoas da mesma forma, querem agradar a todos e procuram palavras mágicas que irão sensibilizar o coração de todos.



Bill Cosby já dizia “Não sei o segredo para o sucesso, mas o segredo para o fracasso é tentar agradar a todos”. Não gaste seu tempo tentando seduzir pessoas que não se interessam por você. Ao invés disso, foque em quem já tem interesse em seus produtos/serviços, essas são as pessoas que importam. (dica do site saiadolugar)

domingo, 8 de agosto de 2010

CompraFacil.com não é nada fácil!

Hoje em dia é chover no molhado referir-se ao e-commerce como uma tendência crescente, e sem volta. Entretanto, o novo modelo de comércio nos possibilita uma interatividade sem precedentes com o fornecedor e com o universo de consumidores interligados pela rede.

Mais uma vez sirvo-me dessa eficiente e democrática ferramenta, a minha “caneta” para defender-me e alertar aos demais consumidores sobre um fato desagradável e ilegal cometido pelo site CompraFacil.com.

Recentemente adquiri um aparelho Blue-Ray e um Home Theater da CompraFacil.com, ambos com preços promocionais. Tudo como manda o figurino: produtos escolhidos, enviados para carrinho de compras, venda finalizada, forma de pagamento (cartão) aceita. Para minha surpresa, recebi apenas o Blue-Ray e nada do Home Theater.

Em contato com a CompraFacil.com, fui informado que o Home Theater estava em falta e que eles cancelaram a venda. O QUÊ????? Qualquer ameba sabe que os sistemas on-line de venda cruzam informações de estoque em Full Time, o que impede uma venda sem que o produto esteja em estoque.
  
Ocorre que o nosso CDC – Código de Defesa do Consumidor, diz que uma vez efetuada a venda dentro de um processo normal, fica o fornecedor obrigado a entregar o produto vendido ou outro de iguais ou superiores características sem ônus para o consumidor.

No caso da CompraFacil.com, além de cancelarem uma venda sem a minha autorização, a fatura foi emitida e a cobrança será feita (os estornos são devolvidos duas faturas posteriores em caso de cancelamento na administradora de cartão de crédito).

O CDC ainda preceitua que, pagamento efetuado e a contrapartida (entrega do produto) não concretizada, têm o consumidor lesado direito ao que em termos técnicos chamam de Repetição de Indébito; ou seja, receber em dobro por aquilo que pagou indevidamente. Ademais, posso pleitear reparação de danos morais pelo constrangimento sofrido, o que ainda estou avaliando.

Há algum tempo escrevi um artigo muito elucidativo sobre como o CDC pode e deve ser um aliado de estratégias mercadológicas. Leia: Código de Defesa do Consumidor. Oportunidade ou ameaça? 

Então, meus caros, serve o alerta para o site CompraFacil.com que no meu caso, como consumidor, me senti lesado.

Quer uma prova?

Hoje, comprei o mesmo produto que não tinha em estoque, no mesmo site CompraFacil.com, nas mesmas condições anteriores e ele está em estoque.

Por que cito tantas vezes CompraFacil.com e em negrito?  Para que o Google encontre este artigo rapidamente.

E como hoje é dia dos pais, vai uma citação de meu saudoso pai:
“Desconfie de tudo o que é fácil”

CompraFacil.com? Só judicialmente ou com uma retratação.